sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA A ANTÔNIO BELO

Antônio Belo ou Tonho Murilo é filho de Augusto Belo e Julieta. Professor, poeta , pensador. Ainda jovem viveu os anos de chumbo do golpe militar em 1’964, com seus irmãos Joaquim (Quinca) e Emanuel (Maninho).irmãos de Zé Mago do bar
Casa do Poeta.


COMO ERA A MILITÂNCIA POLÍTICA DAS FORÇAS DE ESQUERDA PRÉ 64 EM SERTÂNIA?COMO ERA A ATUAÇÃO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS(ESTUDANTIL, CAMPONÊS E NA POLÍTICA PARTIDÁRIA)EM SERTÂNIA? QUEM ERAM OS QUADROS E AS LIDERANÇAS?

A militância era muito intensa no movimento estudantil, principalmente nos Congressos . Na política partidária não existiam manifestações ligadas a movimentos sociais de caráter popular. Veja-se que Miguel Arraes foi eleito com apoio da família Lins, que não era exatamente de “esquerda” (pelo menos, tinha uma foto de um comício de Arraes, em Sertânia, onde apareciam o Zé Etelvino e o Zé Oscar, no palanque. Não sei se o apoio chegou até o final da campanha). O movimento camponês eu não conheci. Sei que O Zé Andrade, que era responsável pelo Centro (ou Núcleo) de Revenda e Colonização – CRC, era bem atuante nessa área.


HAVIA ARTICULAÇÃO ENTRE OS GRUPOS E AS PESSOAS QUE PENSAVAM SEMELHANTEMENTE NA CIDADE? COMO ERA ISSO?HAVIA CONTATOS COM GENTE DE FORA?A QUEM ERAM LIGADOS?

Quero, antes, afirmar que na época eu não tinha muito interesse pela questão política, talvez em função da minha idade (15 anos e pensava como adolescente), isso faz com que eu não possa afirmar com exatidão algumas questões que não vivenciei, mesmo estando presente aos fatos, entende o quero dizer, né? Por isso, não posso afirmar se havia articulação entre os grupos e sequer, se existiam “grupos”. Posso afirmar, porém, que entre as pessoas que pensavam semelhantemente, existia articulação, sim. Quando meu irmão Maninho foi presidente do Grêmio Estudantil, houve uma confusão no plenário e eles tiveram que sumir com a Ata. O grupo adversário, onde se destacavam o Zezinho de Carlos, o Nando Grande e o Zé Oscar, queria tomar a Ata. Os contatos com gente de fora eram freqüentes nos Congressos Estudantis, aos quais nunca fui. Entre as pessoas que estiveram em Sertânia, no congresso de lá, lembro—me do Étore Labanca, que depois foi prefeito de São Lourenço da Mata, e que já era de direita, naquela época. Das pessoas que eram da cidade e estudavam fora, destacava-se a Rosali Patu, na época estudante de Direito e que nos trazia muitos livros e informações, mesmo depois do golpe. Dos que moravam na cidade, tinha O João Belarmino, que já era advogado, o Seu Nigro e o Zé Andrade, como os mais atuantes. Meus irmãos, Maninho e Joaquim, entre outros, eram mais ligados ao movimento estudantil

QUAL A VISÃO QUE VCS TINHAM DA CONJUNTURA DAQUELE TEMPO? E SERTÃNIA E SEUS PROBLEMAS, COMO SE INSERIA NESSE CONTEXTO?

A visão era um pouco fragmentada em função da propaganda revolucionária que vinha de Cuba e da contra-revolucionária que vinha dos Estados Unidos. Houve até um evento na estação ferroviária, patrocinado pela Embaixada Americana (através do IBAD – Instituto Brasileiro de Ação Democrática, que não passava de um capacho onde a CIA limpava a sujeira dos pés), com distribuição de panfletos, exibição de filmes etc, para condenar a revolução cubana. Não sei quem de Sertânia, estava por trás do evento. Os problemas de Sertânia ficavam em segundo plano, em função dos problemas nacionais


A NÍVEL LOCAL OS GRUPOS DE ESQUERDA TINHAM ALGUMA ALIANÇA?QUEM ERAM SEUS ADVERSÁRIOS NA CIDADE?

NÃo sei se existiam alianças. Na realidade, não existiam propriamente grupos, mas pessoas que “pensavam diferente” e que queriam mudar a realidade do país e, diga-se de passagem, eram a minoria. Naquela época a propaganda anticomunista era intensa e o povo tinha muito medo. Parece-me que Arraes teve menos de oitocentos votos na eleição de 1962, no município. Os adversários eram, e sempre foram e serão, as famílias tradicionais da cidade, os representantes do clero e suas famílias, comandadas por monsenhor Urbano e a polícia, representada pelo delegado na época, sargento Evandro Laet, que prendeu meus irmãos.

COMO FORAM OS DIAS QUE ANTECEDERAM O GOLPE MILITAR E DESFECHO EM SERTÃNIA? VOCÊ E SEUS IRMÃOS CHEGARAM A SEREM PRESOS? E COMO SE DEU A CAÇADA AOS OUTROS?

Foram de muita apreensão e muito medo. A propaganda anticomunista era intensa (veja resposta à 3ª pergunta) e as pessoas estavam desconfiadas. Eu não cheguei a ser preso, pois, como declarei, não me interessava por política partidária, apenas lia alguns livros que os meus irmãos recebiam. No dia seguinte ao golpe, meus irmãos fugiram e se esconderam na casa de vovô, na fazenda Cacimba de Cima, que ficava a 30 km de Sertânia, às margens da rodovia que liga esta a Placas (Cruzeiro do Nordeste). Zé, meu irmão mais velho e Nininha, sua esposa, levaram os livros que estavam escondidos no forro do terraço, da casa que morávamos na Rua 06 de março e os enterraram em algum lugar, de madrugada. O Zé Andrade fugiu e ninguém mais soube dele até hoje. O João Miudinho, também fugiu, não sei para onde. Seu Nigro desapareceu por uns tempos, pois, segundo informações de membro da família, fora avisado pelo próprio delegado Evandro, de que seria preso se ficasse na cidade. Após uns quinze dias eu fui à fazenda do meu avô, dizer aos meus irmãos que a “barra” já estava limpa e que podiam voltar. Isso, naturalmente, com o respaldo dos meus pais e amigos, pois eles, na realidade não tinham atividades partidárias, ou, seja lá o que fosse: apenas eram estudantes que se interessavam por política, como muita gente naquela época. Eu e meu irmão Joaquim, estudávamos na mesma série/sala, à noite, no prédio do Ginásio Olavo Bilac, mas éramos do Curso Comercial Básico, que funcionava no mesmo prédio mas com outra administração, no caso, com o professor Arlindo. Aí, à noite, Joaquim estava dentro da sala de aula e chegou o sargento Evandro e deu-lhe “voz de prisão”. (Eu estava fora da sala e só vi quando ele ia sendo levado). Quando cheguei à Rua Velha, ele e Maninho já estavam lá, sendo interrogados pelo comandante da operação. Acho que era apenas para dar um susto neles. O que sei é que o Zé Etelvino declarou que os meninos não eram comunistas e isso foi o suficiente para eles se safarem. Ficou somente como ironia o fato deles terem sido presos pelo sargento Evandro, o mesmo que avisou ao Seu Nigro para fugir...

QUAIS FORÇAS POLITICAS LOCAIS, NA ÉPOCA DELATARAM OS ESQUERDISTAS? É VERDADE QUE O TENENTE CRISTOVÃO ,QUE CHEFIOU AS PERSEGUIÇÕES, FOI CONDECORADO POR AUTORIDADES LOCAIS?

Essa pergunta é polêmica e não me atrevo a responder. Não sei quem delatou o pessoal e não quero ser leviano. Existem especulações, mas acho que meu irmão Maninho deve saber de algo. Prefiro não responder agora. Sobre o tenente Cristóvão, eu não sei se foi condecorado, pois nem sequer sabia o seu nome. Isso deve estar nos Anais da Câmara Municipal de Sertânia...Acredito que sim, pois se até o Dan Mitrione, emérito torturador que esteve no Brasil, a serviço da CIA, ensinando técnicas avançadas de tortura aos militares do exército brasileiro, tem nome de rua em Belo Horizonte...”Mitrione, depois de desgraçar a vida de muitos brasileiros, foi para o Uruguai, onde morreu numa cilada, sendo enterrado em Washington com honras militares” (Memórias de um repórter, Edmar Morel, pág. 251).

VOCÊ CONVIVEU COM NIGRO E FORMIGA? GOSTARIA QUE TRAÇASSE UM PERFIL DE AMBOS?

Com Seu Nigro, sim, bastante até. Freqüentava a casa dele, pois sou amigo da família, especialmente do Marcos, que é médico em São Paulo. Também sou amigo do Alberto, seu genro, mais isso somente aconteceu depois do golpe de 64, quando o Alberto chegou em Sertânia para trabalhar no Banco do Nordeste e nos encantar com a sua inteligência e seu futebol refinado...Seu Nigro era um cara bastante aberto e democrático. Sabia conversar com pessoas mais jovens e sabia ouvir até as “bobagens” que eventualmente dizíamos. Gostava muito de música erudita e conhecia muito de arte e de literatura. Passava muitos livros para nós. Foi a maior e a melhor referência que tive na minha adolescência. Creio que os meus amigos da época devem dizer a mesma coisa. Quanto ao Seu Formiga, apesar de sermos amigo dos seus filhos Einstein (Eu) e José Filho (Joaquim), nunca tive muita abertura com ele, não sei o Joaquim. Eu o achava um cara muito fechado, só vivia em casa, lendo ou fazendo outra coisa – nunca soube qual era a sua atividade profissional. Diziam que ele era comunista. Devia ser, pois era muito fechado, tal qual a Rússia, na época...Me lembro que uma vez a Maria, minha irmã, passou a régua nos varões de ferro do seu muro, do primeiro ao último, fazendo: prá-prá-prá...(todo dia ela fazia isso quando ia e quando voltava do colégio) e ele ficou uma fera, pois detestava barulho e foi reclamar lá em casa. Pai pegou a Maria e deu-lhe a maior surra que ela já levou na vida...


COM FOI VIVER EM SERTÃNIA APÓS 64 , DURANTE A DITADURA MILITAR?DAÍ EM DIANTE COMO FOI SUA VIDA?

Após o golpe, veio a implantação da ditadura. Mas no interior as coisas não mudaram muito. O João Belarmino ficou um tempo fora e eu e maninho ficamos tomando conta da casa dele, pois morávamos na mesma Rua ( Floriano Peixoto) e dormíamos lá. Depois, ele foi para Recife estudar e trabalhar e eu e Joaquim continuamos em Sertânia. Pouco tempo depois, juntamente com o Zezinho de Carlos, Bastinho, Eu, Joaquim, O Marcos Nigro, Zito, Profª Maria José de Seu Deja, resolvemos fazer um Jornal, que se chamou: “Correio do Sertão”. O Jornal teve vida curta, mas foi um sucesso. Falávamos de política abertamente, sem censura. Joaquim publicou um artigo intitulado: “Retrato 3 x 4 do Brasil”, que “metia o pau” no governo. Parecia artigo de jornalista consagrado. Eu escrevi sobre a biblioteca municipal, que não concordava que se chamasse “Biblioteca Presidente Kennedy”, pois ele não tinha nada a ver com as nossas letras, exceto, talvez, as “letras de câmbio”. O Dr. Aristóteles Siqueira Campos, declarou que o nosso jornal não passava de um “Pasquim”. Não sabia ele que, tempos depois, surgiria “O Pasquim”, que fez tanto sucesso na imprensa alternativa, não sei se inspirado no nosso, há, há, há...
No fim de 67/início de 68, fui estudar em Recife. Joaquim e Maninho já estavam lá. Participei do movimento estudantil sem aquele “Tesão”, sem o qual, não há solução (Roberto Freire)...Via muita contradição e nunca cheguei a me “engajar”, de fato. Mas vivi a turbulência de 68, no meio do movimento estudantil de Recife.


NESSA ÉPOCA VOCÊ JÁ ESCREVIA? COMO ERA ESSA RELAÇÃO DA POESIA COM A LUTA POLÍTICA E A REPRESSÃO?

Conforme digo na resposta anterior, eu já escrevia, mas nunca havia escrito poesia. Na faculdade eu gostava de ficar na biblioteca, pois chegava antes do horário letivo. Uma vez peguei um livro de Castro Alves, que era uma coletânea de poemas. O título era: “Poemas Revolucionários”. Foi um choque. Aquilo me deixou deslumbrado e reli várias vezes, pois o tema era atualíssimo, mesmo tendo sido escrito antes de 1871. Até então, a questão política era coisa difusa, essa interferência dos Estados Unidos nos outros países eu só fui mesmo entender, quando li outro livro, o do jornalista José Hamilton Ribeiro, sobre a Guerra do Vietnã. Esse aí, foi o que me abriu as portas do entendimento da geopolítica mundial. Meu contato com a poesia era superficial. Achava bonito, gostava, lia, mas não “envolvia”. Nunca fiz estudos de rimas, métrica e outras coisas mais. Só fui começar a escrever poesias a partir dos anos 80. Lembro-me que em 86, após a eleição que elegeu o Arraes, pela 2ª vez na qual trabalhei como presidente de mesa, fui jantar em Boa Viagem com o Alberto e outro cidadão. Eu escrevera uma poesia e mostrei pro Alberto, que disse ter gostado muito. O outro cidadão leu e disse: Essa não, até Tonho, agora está escrevendo poesia. Confesso que não foi um incentivo dos maiores, mas resisti e escrevo até hoje.

ENTREVISTA CONCEDIDA POR ANTÔNIO BELO A JOSESSANDRO ANDRADE


I.D.E.A.L. JOÃO BELARMINO-INSTITUTO DE DEBATES , ESTUDOS E AÇÕES

LIBERTÁRIAS.


POETAS GUERRILHEIROS


Agitadores, subversivos, revolucionários, como prefiram os conservadores...eles foram acima de tudo idealistas, rebeldes,sonhadores, libertários...e nisso aí sempre bate um coração de poeta...
Nossa homenagem aos que viveram os anos de chumbo e encontraram na poesia a força para Resistir e viver



DE ÁGUAS E DORES DE AMORESDE: ADILSON FREIRE
- A Josessandro Andrade, poeta e filósofo de Sertânia- um extrato de meus amores líquidos_

Eu tenho medo de água
seja de rio ou de amar
A´gua parada ou corrente
que leve ao fundoou à frente
porque eu não sei nadar;

Eu tenho medo de água
inda seja de lavar
lavando leva o perfume
deixa saudade e ciúme
que são coisas de matar;

Eu tenho medo de água
mesmo água de amar
molhando os olhos da gente
ao cair vira semente
Gerando um pé de chorar

Eu tenho medo de água
mesmo em ser de navegar
não tem destino ou lugar
não tem dono e não se apega,
morre, vive, não se entrega
,aguas de amar e desamar...


ADILSON FREIRE é de Sertânia-PE, foi líder estudantil e professor da Escola Olavo Bilac, além do colégio Comercial de Sertânia. Em 1964, foi perseguido pelo golpe Militar, assim como seus companheiros de geração em Sertânia: João Belarmino,
Zé Andrade, e Os irmãos Belo: Emanuel (Maninho)e Joaquim (Quincas). É
Considerado hoje um dos grandes advogados de Pernambuco. Poeta , tem publicado
o livreto “colheita de luz” (1983).


Vai meu Poema

(Antônio Belo)


Vai meu poema,
Vais correr o mundo
Não importa que te digam
Que és um poema vagabundo...

Desces montanha,
Sobes serra
Pois somente o que se ganha
É o que a verdade encerra:
Se, como disse o poeta,
“Bom cabrito é o que mais berra!”

Vai meu poema,
Pois o tempo urge!

Se uma palavra acaba,
Outra, ali, ressurge...

Passas sobre as catedrais
Passas por baixo da ponte


Sobes rios, desces vales,
Vais anunciar um mundo novo
Mas nunca esqueças a “fonte”,
Que é a Língua do povo!

Vai meu poema,
Que nunca feneças
Ante à tirania
Ou à opressão
Pois se um dia,
Negares poesia,
Que nunca mais
Pises nesse chão!

Vai meu poema:
Voa!
Se não te derem asas,
Mesmo assim,
Teu grito ecoa!

Palmas, dezembro/2007


Antônio Belo( Tonho Murilo) é irmão de Zé Mago. Professor, poeta e visionário.Vive no Estado do Tocantins, em Palmas.


A Estrada
(Joaquim Belo)


Deus projetou minha estrada
Com muitas curvas e retas
Deixou-me exemplo de vida
Para atingir minha s metas

Botou também no caminho
Muita subida e descida
e uma paciência de Jó
Para curar as feridas.

Juntei ao seu meu caminho
Como as águas das três ribeiras
Correndo devagarzinho
Nos lados das ribanceiras

Fizemos das nossas outras vidas
Pra continuar a viagem
Pavimentamos os caminhos
Para espalhar a linhagem

Venci todos os obstáculos
Com garra e persistência
Mas só vou parar a viagem
Quando Deus me der a licença.


Joaquim Belo(Quinca) nasceu no dia 03 de agosto de 1946, Em Sertânia- PE,
Filho de Augusto Belo e Julieta
Januário. Participou do movimento estudantil em Sertãnia-PE e chegou a ser preso na época do golpe militar
De 1964, dentro da Escola Olavo Bilac.
Vive em Belém-PA.



PAI NOSSO DO SERTANEJO
(ZÉ ANDRADE)



Pai nosso que estais no céu
santificado é o teu nome
venha a nós o vosso reino
onde não há dor nem fome
perdoa aquele que odeia
da-lhe um coração que ame

Perdoa os nosso pecados
assim como perdoamos
aqueles que nos desprezam
é por estes que oraramos
que não falte água e pão
por estas coisa clamamos

Abençoa os nordestinos
nesta seca do sertão
dando água que molhe a terra
e os livre da escravidão
que os governos se empenhem
em libertar a nação

Obrigado oh!meu bom deus
esta é minha oração
sou pó formado da terra
sou terra desta nação
meu espírito volta a deus
e meu corpo volta ao chão

* ZÉ ANDRADE NASCEU EM SERTÃNIA , A 03 DE OUTBRO DE 1934, NO SÍTIO BARRA, FILHO DE JOÃO FRANCISCO DA SILVA E JOSEFA LOPES DE ANDRADE.
LÍDER ESTUDANTIL, FOI O PRIMEIRO PRESIDENTE DA UNIÃO DOS ESTUDANTES DE SERTÃNIA., ALÉM DE PRESIDENTE DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO GINASIO OLAVO BILAC, QUE ERA O FOCO DO MOVIMENTO DOS ESTUDANTES. LIGADO A FRANCISCO JULIÃO, DAS LIGAS CAMPONESAS, FOI O FUNDADOR E PRESIDENTE DA CRC-CENTRO DE REVENDA E COLONIZAÇÃO, QUE VENDIA PRODUTOS E FERRAMENTAS AGRÍCOLAS PARA TRABALHADORES RURAIS A BAIXO CUSTO, CUJA ESTRUTURA CONSEGUIU MONTAR COM O APOIO DE JADDER DE ANDRADE, NO PRIMEIRO GOVERNO ARRAES, EM 1963. COM O GOLPE DE 1964, FOI PERSEGUIDO PELO EXÉRCITO ACUSADO DE “COMUNISTA” E “SUBVERSIVO”. A PERSEGUIÇÃO CONTRA ELE E SUA FAMÍLA FOI IMPLACÁVEL, CHEGANDO INCLUSIVE A PERDER UMA FILHA ELIANE, VÍTIMA DAS PÉSSIMAS CONDIÇÕES DA VIDA CLANDESTINA.PRESO EM PAULO AFONSO-BA , CONSEGUIU A LIBERDADE E RUMOU COM FAMILIARES PARA SÃO PAULO, ONDE VIVEU COMO PROFESSOR ATÉ 1976. DEPOIS REFUGIOU-SE EM MANAUS, ONDE TORNOU-SE BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS, OCUPOU DIVERSOS CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS E DESENVOLVEU O MINISTÉRIO EVANGÉLICO BATISTA..
A FOTO DE APRESENTAÇÃO DESTE BLOG MOSTRA COMÍCIO EM SERTÃNIA EM 1963, COM A PRESENÇA DE MIGUEL ARRAES, AO LADO,NO MICROFONE ZÉ ANDRADE, AO CENTRO ZÉ ETELVINO LINS, AO FUNDO DR. RAUL LAFAYTE E WALTER LAFAYETE, QUE FAZIAM PARTE DO PSD E ERAM ALIDOS DO PTB DE MANFRIED NIGRO, ZÉ ANDRADE E JOÃO BELARMINO, QUE ABRIGAVA OS PIONEIROS DA VERDAEIRA ESQUERDA EM SERTÂNIA.

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